Nota técnica 3778 sobre a Febre Maculosa

Febre maculosa é doença infecciosa febril grave, causada por bactéria Rickettsia, transmitida por carrapatos.
Nota técnica 3778 sobre a Febre Maculosa
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O que é a Febre Maculosa? É grave?

É uma doença infecciosa, relativamente rara, transmitida por carrapatos Amblyommas infectado pelas bactérias do gênero Rickettsia. É um tipo de Rickettsiose como o Tifo. É de gravidade moderada porque, além de não ter uma vacina, é uma doença que tem alta letalidade para sintomas iniciais comuns, podendo levar ao óbito cerca de um terço dos casos. Entretanto, tem tratamento seguro e cura se bem manejada.

Está havendo uma epidemia?

Não, ela é uma doença endêmica (comum) na região sudeste, mas podendo ocorrer em outras regiões do Brasil e das Américas. Quando há uma concentração de casos em uma local determinado, diz-se tratar de um surto, como o que ocorreu em São Paulo, mas isso não significa epidemia. Esta ocorre quando o número de casos está bem acima do esperado. Na atual situação, o número de casos é considerado o usual e não há razão para pânico. Mas nem por isso devemos deixar de nos informar e ter cuidados.

Quais os sintomas e o que fazer se estiver com algum deles?

Os sintomas iniciais da doença são pouco específicos (são comuns a outras doenças): febre alta e rápida, náusea e vômitos, dor de cabeça que costuma ser severa, mialgia (dores musculares), fraqueza e falta de apetite.

Os sintomas específicos podem demorar a surgir, cerca de uma semana depois da febre e são os exantemsa petequiais (manchas avermelhadas mais comuns nas mãos, antebraços, pés e tornozelos, podendo ocorrer em todo o corpo). A tríade de sintomas Febre alta, exantema e história de picada de carrapato é altamente sugestivo de Febre Maculosa. Entretanto, a febre inicial já é um indicativo de doença passível de atenção e é o sintoma a ser considerado para busca de serviço de saúde. 

Quais animais transmitem a doença?

Apenas os carrapatos. A febre maculosa só é transmitida pela picada de um carrapato infectado por bactérias e não “pula” diretamente de uma animal para uma pessoa ou de pessoa doente para uma pessoa saudável. Os animais associados à doença como capivaras, mas também cavalos, vacas, roedores, cachorros ou mesmo os humanos são apenas hospedeiros de carrapatos e não são transmissores da doença. 

O que fazer se for picado por um carrapato?

Para a transmissão, é preciso uma combinação de fatores como frequentar uma região, geralmente rural, onde há animais hospedeiros, que esses animais estejam infestados de carrapatos e que esses últimos estejam parasitados pelas bactérias Rickettsia. Sendo assim, nem toda picada de carrapato vai transmitir a doença.  É importante remover o carrapato o quanto antes, de preferência com uma pinça. Higienizar e limpar o local com álcool. Evitar esmagá-lo para não espalhar seu conteúdo. Verificar todo o corpo em busca de mais carrapatos e nas demais pessoas que frequentam o local. Quanto mais cedo retirar o carrapato, menos risco. Inicialmente, pode-se apenas acompanhar, mas buscar o serviço de saúde aos primeiros sintomas, principalmente febre. A febre maculosa pode ser desagradável, mas se tratada a tempo com antibióticos, a recuperação será rápida e completa.

Quais cuidados preciso ter para me proteger?

Conferir se há carrapatos em animais domésticos. Procurar saber quais regiões são endêmicas antes de visitá-las e identificar se há infestação de carrapatos no local. Evitar contato com animais com carrapatos. Usar roupas que cubram todo o corpo (calças e blusas de mangas compridas e botas) e ficar atento às notícias e mudanças no cenário sobre a doença, uma vez que as orientações podem ser atualizadas.

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